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PLANEJAR O DIA DA COMPETIÇÃO
PLANEJAR O DIA DA COMPETIÇÃO

Desde a definição das nossas ideias num modelo de jogo ao planeamento e execução das unidades de treino, ou da gestão das emoções e comportamentos daqueles que connosco trabalham ao solucionar de dificuldades diárias inesperadas, trata-se de uma complexa equação com um numeroso leque de variáveis que indivíduos (treinadores) diferentes tendem a gerir de diferentes maneiras, originando, naturalmente, diferentes produtos (equipas) com as mesmas matérias-primas (jogadores e condições de trabalho). Ora, todas estas varáveis são de facto estimulantes e altamente motivadoras de ser geridas mas, no fundo, concorrem apenas para o ponto alto de cada semana: a COMPETIÇÃO. Assim, se faz sentido que uma equipa técnica aplique tanto de si em toda a gestão (atrás referida) da sua equipa e sendo que esta vai ser avaliada pelo resultado que retirar da competição, então mais sentido faz que essa equipa técnica aplique tanto ou mais de si no planeamento do dia da competição. Ao fazê-lo, estará, não só a eliminar possíveis causas de erro (que as emoções da competição poderiam originar), como também a reduzir ao mínimo a possibilidade de ser surpreendido, naquele que é o dia mais importante do microciclo. Posto isto, o que deve, então, ser planeado para o dia da competição? 

Desde logo, destaco três grandes grupos de variáveis a planear: factores externos ao jogo, a palestra que antecede o jogo e as incidências do jogo propriamente dito.

Assim, quanto aos factores externos ao jogo, mais do que planear a equipa técnica deve delegar em diferentes colaboradores vários itens. Para começar, a viagem: deve ser exigido ao motorista que este saiba claramente o caminho para o local do jogo e deve ser-lhe indicada uma hora de chegada a esse mesmo local. Será depois da responsabilidade do motorista indicar a hora a que a equipa parte de modo a ter tempo para fazer a viagem tranquilamente (e com uma pequena paragem pelo meio, no caso de deslocações mais longas). Depois, e em especial nos dias de maior calor, deve ser preparado com o responsável médico um programa de hidratação pré-competição (onde se procura retardar ao máximo a desidratação a que os atletas estarão sujeitos durante o jogo). Para além destes, podem ainda ser preparados outros aspectos exteriores ao jogo - pessoalmente, sou, por exemplo, apologista do uso de música no balneário como fonte de motivação enquanto os jogadores equipam, desde que o grupo veja isto como uma mais-valia e não como uma fonte de desconcentração. Se tal for o caso, pode a equipa técnica preparar previamente uma playlist com vista a ser usada nesses momentos.

Quanto à palestra, e por tudo o que esta representa, é importante que vá bem preparada para que tenha um fio condutor, toque no essencial, motive os jogadores e os mantenha atentos. Para tal, acho que deve ser composta por um máximo de 10-15 minutos em que se “incendeiam os jogadores” e se focam pontos como a importância e os objectivos para o jogo e se relembram resumidamente os pontos fortes e fracos do adversário e a forma como os vamos anular e explorar. Só no final de tudo isto, acho fazer sentido o anúncio da equipa que vai entrar. Quanto à definição das posições e marcações nos lances de bola parada, quanto a mim, não aprecio a exposição oral. Prefiro usar as paredes do balneário para colocar figuras onde, quando acabam de equipar, os jogadores vêm as suas funções (penso que o debitar dos nomes acaba por levar a que se perca alguma informação). Pessoalmente, a palestra é a variável que mais gozo me dá preparar e onde uso mais “artimanhas” para mexer com a cabeça dos jogadores: desde o uso de frases famosas que se apliquem ao momento que vivemos até ao exagerar de comportamentos do adversário que de algum modo eu sinta que mexem com os nossos jogadores. Aqui tudo serve para “picar” a equipa e tentar fazer com que entremos com onze guerreiros, desde o primeiro minuto...

Finalmente, quanto às incidências do jogo propriamente ditas, e além da preparação do aquecimento (já descrita num “Passe de letra” anterior), acho que uma equipa técnica deve levar preparadas soluções para possíveis alterações do jogo. Ou seja, tendo em conta a equipa escolhida, os objectivos do jogo em questão e o adversário em causa, deve ir sempre preparado o que fazer em caso de: a nossa equipa ficar reduzida a dez jogadores, o adversário ficar reduzido a dez jogadores, ficarmos em grande desvantagem desde muito cedo, necessitarmos de arriscar mais, ficarmos sem todos os jogadores de uma dada posição, perdermos um jogador-chave... Enfim, tudo aquilo que nos possa surpreender e que possamos preparar, em casa, com tempo ilimitado e sem a pressão do jogo.

Em jeito de conclusão, dizer apenas que ter tudo planeado é muito bom e ajuda, no entanto, não deixa de ser fundamental ter um bom “jogo de cintura”. Isto é, o melhor treinador será aquele que além de levar o trabalho de casa (bem) feito tiver capacidade para melhor reagir com rapidez e qualidade, sob a pressão da competição.

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